Atuo na área de atendimento domiciliar com fisioterapia desde 2013 na cidade de Cuiabá e Várzea Grande/ Mato Grosso. Nem nos meus piores pesadelos imaginava passar por uma pandemia. Tenho especialização na área de Gerontologia e Ergonomia, antes de concluir a faculdade sabia que seriam minhas escolhas como profissional. Mas a minha paixão e realização sempre será trabalhar com idosos. No início dessa situação de pandemia em Mato Grosso todos atendimentos foram suspensos principalmente pelos familiares que estavam se sentindo muito inseguros de como esse vírus da COVID 19 poderia ser transmitido ou afetar seus entes queridos. Entendo o lado da família porque também me senti assim em relação aos meus avós.
Mas quando foram passando os dias toda a situação da pandemia e as formas de evitar o contágio ficaram mais claras, as informações sobre métodos de prevenção, quais EPIs usar, e como abordar esse familiar para uma retomada dos atendimentos foram ficando mais seguros.
O fisioterapeuta que trabalha com gerontologia sabe o tamanho da perda funcional e musculoesquelética desse paciente idoso. É frustante receber uma ligação de um filho relatando que a mãe teve uma queda e fraturou estrutura óssea. É decepcionante receber uma chamada de vídeo com o paciente relatando que está tendo dificuldades para levantar e sentar sozinho. Eu não imaginava que a minha profissão de presença, toque e estímulos teria que ser feita a distância. Como eu iria analisar cada angulação das articulações realizando um exercício? Como eu conseguiria convencer os familiares e os pacientes que eu estava preparada para essa volta? Como eu conseguiria passar segurança para meu esposo e familiares que eu não seria contaminada pela Covid?
Comecei a fazer todos os cursos disponibilizados para entendem melhor a Covid, em todos os níveis de atenção, a cada nota que era disponibilizada, a cada troca de informação com colegas. A segurança maior foi transmitida a partir de decretos tanto municipais quanto federais. Em Mato Grosso o CREFITO 9 e COFFITO representaram muito bem a nossa classe de fisioterapeutas com protocolos, cartilhas explicativas, utilização correta de EPIs.
Retomei os atendimentos domiciliares com todas medidas de segurança exigida pela OMS, e confiante sobre a importância de estudar e procurar informações baseada em evidências e ciência comprovada. Quando a família do paciente conhece seu trabalho e sua seriedade profissional retomar os atendimentos em meio a pandemia não é o maior desafio, o mais difícil em tempo de pandemia é sorrir por baixo das máscaras.
Se você é fisioterapeuta e faz atendimento domiciliar, qual foi sua maior dificuldade nessa retomada??
Dra. Tamiris Magalhães CREFITO-9/209805-F